Parabéns, Síndicos!

  Você já foi síndico? Somente é capaz de entender um síndico quem já atuou, verdadeiramente, como um. Pois, não basta carregar o nome da função de representante do condomínio,...
24 de novembro 2014 | Atualizado em 12 de julho 2024

 

Você já foi síndico? Somente é capaz de entender um síndico quem já atuou, verdadeiramente, como um. Pois, não basta carregar o nome da função de representante do condomínio, mas assumir a responsabilidade com empenho, disponibilidade, estudo e disposição.

Dia 30 de novembro é Dia do Síndico! Somente é capaz de entender um síndico quem já atuou, verdadeiramente, como um. Pois, não basta carregar o nome da função de representante do condomínio, mas assumir a responsabilidade com empenho, disponibilidade, estudo e disposição.

O questionamento do colunista Mário Corso, da Zero Hora, reproduzido aqui pelo Jornal dos Condomínios em homenagem ao Dia do Síndico, expressa sabiamente esta ideia.

A função de administrar um condomínio pode ser equiparada às exigências de quem ocupa cargo de gestão em uma empresa. Sendo, no entanto, um diferencial do síndico a disponibilidade integral do dia durante os 365 dias do ano, sem feriados ou turnos de descanso. Isso porque é imprevisível saber quando um dos inúmeros condôminos precisará tocar a campainha para relatar um acontecimento que requer solução inadiável. Agir na ocorrência de um cano que estoura, um portão que quebra na madrugada, uma briga entre vizinhos ou até um incêndio. Para ser síndico é preciso ter vocação.

Cada vez mais se distancia da possibilidade do amadorismo, já que o sistema condominial requer, a cada dia que passa, mais informação, habilidade e experiência por parte do gestor. As edificações desse tipo são numerosas e o mercado da construção civil projeta estruturas com um número crescente de apartamentos, verdadeiros arranha-céus, abrigando famílias que passam a conviver e compartilhar de áreas comuns, formando uma grande sociedade dentro dos condomínios.

E como toda sociedade, os habitantes de um condomínio também precisam de uma organização para que possam fluir no dia a dia em harmonia. Caso contrário, tudo é o caos. Daí a importância do síndico, um representante eleito para manter a vida do condomínio em perfeita ordem. Em alusão ao Dia do Síndico, comemorado no dia 30 de novembro, a equipe do Jornal dos Condomínios buscou a opinião de alguns síndicos para relatar suas experiências na gestão dos condomínios:

Luiz Frantz, síndico do Condomínio Villaggio Di Capri, em Florianópolis

Há 12 anos, fui indicado por um condômino para o cargo de síndico. Conversei com a minha família, que me apoiou, e resolvi aceitar. Para mim era um novo desafio, pois era a primeira vez que partilhava da morada em condomínio. O que fez a diferença para mim no começo do meu trabalho foi o fato de eu ter acompanhado de perto a atuação do síndico anterior. Interessado nas soluções, eu sugeria e opinava.

Os primeiros anos para mim foram bem difíceis. Levou tempo para acertar tudo como a gente queria. Hoje, o condomínio flui com organização e todo mundo gosta de morar aqui. Na versatilidade da função, muitas vezes me senti psicólogo, conselheiro e meu escritório muitas vezes assume característica de confessionário aonde as pessoas vêm desabafar. Aperfeiçoei a habilidade de escutar.

Aprendi a lidar com as pessoas, entendendo que cada ser humano tem a sua individualidade. Gosto muito das amizades que fiz com os condôminos, dos laços que fortaleço. Para quem almeja ser síndico um dia, eu recomendo que reconheça em si o tino para a administração, tenha interesse, se prepare, estude, conheça a legislação aplicada a condomínio, domine o regimento interno e a Convenção, esteja rodeado de uma boa equipe e carregue sempre embaixo do braço o Código Civil. Congratulo-me com os demais síndicos.

Ronaldo Dutra, síndico do Condomínio Residencial e Comercial Maison Cartier, em Balneário Camboriú

Há três anos, quando o condomínio foi constituído, um funcionário da construtora ocupava o cargo de síndico. Nessa época eu fazia parte do conselho fiscal e verifiquei alguns problemas nas contas. Com as minhas participações nas assembleias, os condôminos passaram a reconhecer o meu trabalho e me indicaram. Aceitei o convite e dei continuidade à gestão do condomínio.

No meu primeiro mandato, fiz algumas melhorias, em segunda eleição os condôminos pediram para que eu continuasse. Sinto que fiz a minha parte, equilibrei a situação financeira.

Fico feliz com o relacionamento que compartilho com os vizinhos, as amizades que se estreitaram, ainda pelo reconhecimento ao meu trabalho, que me proporcionou satisfação pessoal. Durante esses anos, aprendi uma série de conhecimentos técnicos necessários para o andamento da organização. O síndico precisa ter responsabilidade, buscar se atualizar constantemente dos assuntos, das novidades de interesse à coletividade. O perfil do ocupante desse cargo deve estar preparado para resolver conflitos, e ter, além de tudo, equilíbrio emocional.

Márcio Koerich, síndico profissional, condomínio Linda Koerich, em Florianópolis

Em 1986, eu empreendi o Condomínio Horizontal Condomínio Paraíso. Percebi então a necessidade de aprender mais sobre o que é ser síndico. Fiz dois cursos de síndico profissional para atender com mais eficiência as demandas do condomínio. Me afinizei com o tema. Em 2011 assumi a gestão do Condomínio Linda Koerich. Essa função consiste em ter habilidade na área de gestão de pessoas. Isso é fundamental.

Fico feliz e satisfeito durante esses anos com o reconhecimento por parte dos condôminos. Adquiri mais habilidade e prática de organização e gestão. A minha grande lição no cargo é exercitar um pouco mais a humildade. Saber que não é por acaso que tenho duas orelhas para ouvir e uma boca para falar, saber como discordar. Deixar de lado o debate de ideias com a necessidade de ter a razão no fim.

O síndico que entra em um debate para ter razão e impor sua maneira de pensar está fadado ao insucesso. Para executar esta função, é necessário conhecer minimamente as questões legais, suas responsabilidades. É necessário que ele tenha noção das atribuições antes de assumir o cargo. Quando levada a sério, a atividade de síndico é desgastante, porque você precisa abraçar com profissionalismo. Existem muitos conhecimentos técnicos necessários para executar a tarefa.

Noções básicas de um plano de manutenções, de segurança, de relacionamento interpessoal, de administração de conflitos, de contabilidade e administração. Boa vontade é o ingrediente fundamental, e que seja acompanhada da vontade de se qualificar. Um condomínio é um ser estranho. Não é uma empresa, mas possui características como se fosse. É necessário lidar com bons parceiros para serviços e produtos.

Neusa Ellers, síndica do Condomínio Residencial Patrícia, no Estreito, Florianópolis

Eu sempre fui uma pessoa ativa, dinâmica. Na universidade e no trabalho sempre liderei alguma coisa. Sou comunicativa e tenho facilidade com o trabalho de gestão de pessoas. Percebi as minhas habilidades e identifiquei que eram condizentes com a função de síndica. Fui indicada ao cargo, nunca me candidatei. Percebo que o meu trabalho está a contento de todos, porque sempre recebo feedbacks positivos. Sou grata pelo reconhecimento.

Sinto-me realizada em ver que consigo contribuir com a comunidade. Conquistei a confiança de todos. Embora o trabalho seja árduo, vi que consigo administrar a minha casa e a coletividade. A minha autoestima se eleva ao ver que consigo contribuir para que todos estejam bem. Convivo bem com os moradores, mantendo o profissionalismo. Como síndica eu cresci, adquiri experiência. Eu gosto desse trabalho, que para mim se resume em ver todo mundo bem, com a casa em ordem. Procuro me atualizar, faço cursos, leio bastante, tiro dúvidas com os especialistas. O bom síndico tem tempo para atender as reivindicações, procura melhorar sempre e tem prazer no que faz. Eu gosto de ser síndica.

Leda Mengarda, síndica do Condomínio Villa Del Mare, em Coqueiros, Florianópolis

Comecei a me aproximar da função de síndica fazendo parte do Conselho Consultivo da gestora anterior. Acompanhei as ações e fui pegando amor pelo trabalho. Com a intenção de propor melhorias, me candidatei e fui eleita. Como síndica, eu aprendi que a gente precisa compreender bastante as pessoas em sua individualidade, ter paciência, saber ouvir. Às vezes o morador chega à nossa porta jogando as pedras, desabafa e depois ameniza, até se retrata. Para mim é um engrandecimento pessoal.

Adquiri confiança no meu trabalho. Conheço o valor de ser bem assessorado, estar acompanhado de bons profissionais de condomínio e membros do Conselho participativos. Para quem deseja ser síndico um dia precisa ser paciente, saber dialogar, ter sede de conhecimento, ler, fazer cursos. É necessário ter pulso firme, porque se você deixar a rédea frouxa vira uma desordem, e ter postura clara e assertiva diante dos conflitos. É preciso ter tempo, vontade e dedicação.

Por Kalyne Carvalho

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