Em grandes, médias, pequenas empresas, assim como nos condomínios, existe uma hierarquia a ser seguida.

Isso é verdade, desde que a gestão seja feita de forma adequada. Observemos que foi utilizado “hierarquia a ser seguida e não uma hierarquia a ser obedecida”.

Uma hierarquia a ser “obedecida” até funciona nas empresas, pois se sobrepõe à ideia do que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. A gestão com o sistema de chefia ainda é forte nas empresas familiares e as pessoas trabalham por um salário.

Num condomínio, essa retórica não existe, afinal, o síndico é um profissional a serviço das pessoas com quem convive ou que administra. Na empresa, o gestor tem que prestar contas ao superior. No condomínio, o gestor precisa prestar contas justamente para as pessoas para as quais exerce a gestão, afinal estas pagam as taxas e exigem o retorno com base na oferta de segurança e conforto.

Na prática, tanto nas empresas quanto nos condomínios existem normas a serem seguidas e o gestor/síndico precisa saber utilizar de forma adequada as ferramentas que tem em seu poder.

Muito se ouve sobre síndicos que encontram muita dificuldade na gestão, com o uso de notificações, multas que muitas vezes geram mais controvérsias do que resultados positivos. Bom lembrar que, numa empresa, o gestor tem a caneta e o papel que pode utilizar na demissão do funcionário com que não se ajusta. O gestor tem certa estabilidade, contrato por tempo indeterminado principalmente nas empresas familiares.

Num condomínio, o síndico precisa lembrar que tem um contrato temporário e para se reeleger e talvez até se perpetuar, precisa usar de forma adequada as ferramentas que são colocadas à disposição. Há poucos dias uma matéria colocava que 50% a 60% dos síndicos não se reelegem por atitudes com uso da força desproporcional ou por falta de confiança.

Muitas palestras no decorrer do ano sobre “Compliance” tratam do assunto e oferecem ferramentas que deem maior segurança ao síndico que busca seguir carreira. Mas, afinal, o que o seu cliente (condômino) busca? Eis a questão. Neste ponto, entra o conceito de liderança como fundamental para que se tenha um bom relacionamento com todos, inclusive com os opositores, usando o Regimento Interno e a Convenção de forma adequada e não de forma exagerada. Bom lembrar que o melhor dos mundos é ter o apoio de 100% dos condôminos, mas todos sabemos que é impossível agradar a todos, afinal, lidamos com pessoas com temperamentos e pensamentos diferentes.

Basta vermos os 5 Cs do condomínio e entendermos que em geral o síndico precisa agir e em geral não ser agradável a todos, quais sejam, cachorro, carro, criança, cano e calote. Mas saber utilizar as normas em vigor de forma adequada com certeza vai facilitar sua vida. Multar resolve? Por vezes é a única alternativa que se tem, mas não pode ser instituído como forma de coação e sim de conscientização. Pois bem, o líder é aquele que consegue tirar em todas as pessoas a quem serve e a quem comanda o “melhor que cada um tem a oferecer”.

Esta postagem foi colocada com a finalidade de gerar a curiosidade, fazer com que se passe a pensar na “liderança” como a melhor forma de gestão.
Os conceitos e orientações quanto à liderança vamos tratar nas próximas postagens.

Um bom trabalho a todos sempre com o uso da gestão/liderança, deixando de lado a chefia/autoritarismo por vezes confuso e visto como inerente ao cargo. O tempo do chefe já foi, agora é o momento do líder.

Vamos em breve trazer os pilares de liderança, afinal o mais importante é colaborar e perceber que nossos gestores/síndicos se sentem mais seguros e conseguem a confiança de todos tão esperada.

Gilberto Batista Perassa é sindico com formação em Economia, Processos Gerenciais, cursos avançados diversos pela Franklin Cowey (SP) e formação em Síndico Profissional pela Gabor RH. Atua em Workshops junto a FCDL sobre Organização Financeira e Liderança, micro empresário na área de treinamentos e atuante como voluntário no projeto de associativismo na ACIF.