Em 2002, a cidade de Amsterdam, na Holanda, precisava de uma solução urgente para abrigar a comunidade de estudantes. A prefeitura exigia uma ideia original, rápida e de baixo custo. Como outras cidades antigas, Amsterdam já não tinha mais espaços para prédios tradicionais, que são onerosos e demora muito tempo para serem construídos.

A solução que surgiu foi fazer um condomínio com contêineres pré-moldados. A prática é sustentável já que eles são resistentes, de fácil mobilidade e podem ser reutilizados. Porém, na época, a ideia era nova na Holanda e muitas pessoas olharam desconfiadas.

Para ser aprovada teve que passar por alguns ajustes. A responsável pela novidade foi a Tempohousing, que montou na China uma fábrica exclusiva para ser capaz de lidar com a dura legislação de prédios holandesa. A produção começou em meados de 2005 e, ao ritmo de 50 unidades por semana, as casas de contêineres ficaram completamente prontas, inclusive o interior com cozinha, banheiro, quarto e varanda. Depois foi enviar para Amsterdam e montar uma em cima da outra, como peças de Lego.

Os estudantes receberam as chaves no final de 2005 e, em junho de 2006, o condomínio Keetwonen já tinha mais de mil apartamentos. O medo inicial das casas serem muito pequenas, barulhentas e frias ficou para trás. O projeto tornou-se um sucesso, ao ponto de ser a maior cidade de contêineres do mundo e o segundo dormitório estudantil mais procurado em Amsterdam. Hoje todas as casas estão alugadas e existe uma lista de espera de mais de um ano. O condomínio tem supermercado, cafés, lavanderia, escritórios e áreas de esporte.