Moradores do edifício Nove de Março, em Joinville, terão de esperar por avaliação e reforma antes de voltar para casa

Os moradores do edifício Nove de Março, no Centro de Joinville (interditado na tarde de quarta-feira por risco de colapso), não poderão voltar para casa tão cedo. A previsão é de que a análise técnica dos riscos e as medidas adotadas para garantirem a segurança dos imóveis demorem semanas, talvez meses.
Segundo o engenheiro Gilberto Luis, especialista em engenharia de estruturas e patologia de obras, o próximo passo é fazer uma avaliação detalhada dos pilares e da estrutura do prédio. E, depois disso, providenciar os reparos necessários que garantam a estabilidade da obra.
— O primeiro passo foi dado, que é o controle dos riscos. Agora é preciso fazer uma análise estrutural e providenciar os reforços necessários — disse.
A previsão é de que a análise completa demore alguns dias. É com base nela que o síndico e os moradores poderão decidir que providencias tomar.
Segundo o coordenador da Defesa Civil em Joinville, Márnio Pereira, a interdição é por tempo indeterminado e para que o prédio seja liberado é preciso que o condomínio apresente uma série de documentos que garantam que há segurança.
A edificação interditada fica na esquina da avenida Dr. Paulo Medeiros com a rua Nove de Março. Segundo a Defesa Civil, foi identificada a ruptura de um pilar central, que suportava pelo menos 60 toneladas. Conforme análise técnica preliminar, o peso do prédio foi transferido para outros pilares do edifício, que podem apresentar limitações.
Foram instaladas cerca de 500 estacas de ferro no interior do prédio. Essas estacas dividem o suporte do peso que era sustentado pelo pilar que está comprometido.
— É preciso fazer uma ressonância em todos os pilares para saber quanto cada um está suportando e reestabelecer o equilíbrio do peso — disse o engenheiro que passou a noite toda trabalhando na sustentação provisória.
Segundo o especialista, não é a ação da maré ou do trânsito que está comprometendo a estrutura da edificação, mas o tempo de vida útil dos materiais e a ação da gravidade, o peso dos cinco andares sobre a estrutura que o sustenta em pé.
Os cerca de 30 moradores estão em casas de parentes. Quem quiser deixar o prédio definitivamente terá de submeter um pedido de mudança para a Defesa Civil, em conjunto com os responsáveis pelo condomínio e os engenheiros que fizeram o controle do risco de desabamento. Por enquanto, todo acesso aos imóveis está restrito e será controlado.
Além do risco, as dúvidas também cercam o edifício Nove de Março. Os moradores dos oito apartamentos que estão ocupados — são 12 apartamentos no total — ainda não sabem quando poderão voltar aos imóveis, nem se terão de retirar todos os objetos que estão no prédio.
— Nem sei o que dizer. Estamos sem eira nem beira — disse Robson Carlos de Castro (foto acima), um dos moradores que conseguiu entrar em casa na manhã desta quinta-feira.
Ele e outros três moradores ouviram da Defesa Civil que todo o acesso precisa ser controlado, que nenhum veículo pode entrar na garagem e que há, sim, risco de desabamento.
— A gente vai fazer tudo o que é preciso e espera poder voltar para casa logo — disse o síndico do prédio, Jonathan C. Uttida.
O síndico ficou responsável, segundo a Defesa Civil, por organizar as entradas e saídas das pessoas que precisam pegar objetos, roupas e documentos dentro do prédio.
Matéria originalmente publicada em ClicRBS
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