Gerente predial: uma tendência na gestão dos condomínios

A gerente Simone Telles coordena atividades que vão desde a manutenção até o planejamento financeiro do edifício
Com áreas de lazer cada vez mais sofisticadas e completas, os condomínios têm investido na contratação de um profissional que auxilie o síndico na administração do espaço.
O gerente predial é uma figura já conhecida nos condomínios-clubes ou com grande número de unidades em todo o país. Ele atua como uma espécie de superzelador, porém não executa funções operacionais de manutenção, apenas coordena esses trabalhos, liderando equipes e sendo o olho do síndico no dia a dia do condomínio.
Em Balneário Camboriú, este modelo de gestão foi bem aceito, principalmente porque a maioria dos síndicos proprietários não são moradores efetivos. Eles são investidores ou têm seus imóveis na praia como uma opção para descanso, ficando no prédio apenas em pequenos períodos, como férias ou feriados prolongados.
De acordo com Odimar Manoel, que presta assessoria na área de auditoria e treinamento condominial, a presença do gerente predial garante tranquilidade. “O edifício que opta por esse serviço está sempre bem cuidado, mesmo com a ausência física do síndico. Contratado pelo sistema de CLT, o funcionário tem que cumprir carga horária diária, deixando as manutenções e o funcionamento do espaço sempre em ordem”, avalia.
O especialista explica que a função do gerente predial não está prevista no Código Civil como a do síndico, porém faz parte de um modelo de gestão "importado" do meio empresarial. “Na prática, o síndico detêm a legalidade de representação, liderança e autoridade, mas delega para o gerente predial a função operacional de gerenciamento. Tudo dentro de um limite estabelecido pelo próprio gestor, podendo o gerente predial ter autonomia para contratar funcionários, efetuar compras, planejar manutenções, entre outros. A cargo do administrador fica a parte financeira, autorizando pagamentos, controlando as contas bancárias e representando os condôminos na esfera civil e nas assembleias”, explica Manoel.
Habilidades
Há quase três anos à frente de um home club na cidade, Simone Telles acredita que o segredo para ser um bom profissional está no jogo de cintura para lidar com funcionários, condôminos e síndico. O condomínio em que trabalha disponibiliza infraestrutura completa de lazer com piscina aquecida, hidro SPA, área gourmet que funciona na temporada, cinema, sauna, sala de jogos e salões de festas totalmente equipados, o que exige uma atenção redobrada.
“Como braço direito do síndico, tenho a responsabilidade de coordenar atividades que vão desde a manutenção predial até o planejamento financeiro do espaço. E para isso é fundamental ter perfil de liderança e boa comunicação para saber administrar com maestria os conflitos diários, sendo o guardião do regulamento interno”, pontua Simone. Como dica para quem está pensando em entrar neste segmento do mercado, ela destaca a importância de investir em aperfeiçoamento e cursos da área.
Tendência
Com a tendência do síndico profissional se tornar um padrão de mercado, cresce também a procura por gerentes prediais. Como os administradores normalmente atendem diversos espaços ao mesmo tempo e focam nas questões administrativas e de gestão, a figura desse funcionário se torna fundamental para dar sequência aos aspectos operacionais do prédio.
Segundo Manoel, entre as exigências para exercer a função estão competências como perfil de liderança, gestor de conflitos, capacidade de negociação, conhecimento de manutenção predial e noções de elétrica e hidráulica. “Em alguns condomínios o gerente predial é um funcionário que iniciou como porteiro, foi promovido a zelador e após ganhar a confiança dos condôminos foi indicado para exercer a função. Temos até alguns casos em que após algum tempo de prestação de serviços o profissional foi convidado pelos moradores para ser candidato a síndico na assembleia”, relata.
Capacitação

Em Itapema, o gerente predial do Splendour Of The Seas Residence, Cassiano Macedo Ferraz, viu nesta área uma oportunidade de crescimento. Ele tinha uma prestadora de serviços que atendia o condomínio e foi convidado pelo síndico a integrar o quadro de funcionários do prédio. Entre os desafios da profissão ele destaca o de garantir a adequada manutenção das áreas comuns e de implementar melhorias continuamente, dando suporte ao síndico e aos condôminos.
“Para dar conta do compromisso que assumi na gestão do prédio busquei cursos e investi na minha capacitação. A demanda diária de um condomínio exige qualificação e conhecimento, que garantam planejamento e gestão tanto na execução dos projetos, quanto na gestão financeira. Não somos uma empresa e nem uma cidade, mas devemos ter um controle financeiro rígido como na iniciativa privada e uma prestação de conta transparente para o conselho fiscal e para todos os condôminos, imprescindível na administração pública”, explica Ferraz.
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