Síndicos jovens no comando

  A figura do síndico como a do senhor aposentado não é mais tão comum nos condomínios, o perfil dos gestores condominiais está mais diversificado e é crescente a presença...
16 de outubro 2014 | Atualizado em 12 de julho 2024

 

A figura do síndico como a do senhor aposentado não é mais tão comum nos condomínios, o perfil dos gestores condominiais está mais diversificado e é crescente a presença de jovens na função. Com vontade de fazer a diferença, modernizar e valorizar os imóveis, os mais novos não têm receio de fazer mudanças e cercam-se de recursos tecnológicos na administração, como a internet, para minimizar custos e agilizar suas tarefas. Essa tendência já chegou a Florianópolis e os síndicos mais novos têm dado conta do recado.

Helena Martins, 35 anos, por exemplo, administra três conjuntos residenciais que somam mais de 500 pessoas. Graduada em Administração e Marketing, começou a se envolver com a profissão atuando como voluntária no Conselho do condomínio onde mora. Em setembro de 2012 foi eleita. A formação universitária e os dois cursos profissionalizantes de síndico ajudaram muito para que tudo desse certo, destaca.

Ela explica que a função exige conhecimento em administração, finanças, habilidade para relacionar-se com pessoas, conciliar conflitos, entender um pouco de obra e estar disposto a buscar saídas para todos os problemas. Atualmente, Helena administra dois conjuntos residenciais no bairro onde reside, Itacorubi, e um no bairro Pantanal, próximo à UFSC, e tem aproximadamente 30 funcionários sob sua responsabilidade.

Diariamente ela percorre os locais de trabalho, revisa as rotinas, dá as ordens para os funcionários, atende moradores, negocia com fornecedores para manter as coisas em dia. As dificuldades são grandes, é uma profissão que poucos querem assumir, embora o salário compense. Ela já foi reeleita em duas oportunidades, concorrendo sozinha ao cargo.

Confiança

Vendedor de uma grande empresa, mas preocupado com a situação do local onde mora, Diego Carlos Gonçalves, 25 anos, passou a acompanhar a rotina do síndico do seu prédio, o Conjunto Residencial Bem-te-vi, no Sertão de Imaruí, em São José. Havia muita reclamação do profissional anterior e as dificuldades levaram os moradores a elegerem outra pessoa para o cargo. Foi convidado para enfrentar o desafio e decidiu aceitar.

Segundo Gonçalves, o síndico anterior era do tipo “linha dura e não aceitava opinião dos demais moradores nas decisões que tomava”. O conjunto onde atua tem 128 apartamentos e ele observa que para atender a demanda é preciso ser ágil e rápido. Uma das formas de equacionar as dificuldades é dialogando, destaca. “Quando aceitei a função disse que só faria se pudesse contar com a ajuda do vice, do Conselho e qualquer morador interessado em contribuir. Por isso está dando certo”, avalia.

Ele conta com a simpatia dos moradores mais antigos, que aprovam ver as coisas funcionando nas mãos de uma pessoa mais jovem. Para isso teve de aprender a realizar até pequenos consertos de água e luz, principalmente, tomando boa parte do seu tempo nos finais de semana. Isso, porém, reverte em economia para os proprietários dos apartamentos. Ele acredita que pelo fato de ser vendedor e lidar com diversos tipos de clientes tem sido fácil se relacionar com os moradores.

Agilidade

Envolvido com profissões relacionadas a imóveis, Lucas Rafael Carminatti, 25 anos, começou a trabalhar em imobiliária aos 17 e já participava de reuniões de condomínios acompanhando outros colegas de trabalho. “A partir daí, comecei a gostar da dinâmica do trabalho”, disse.

Atualmente é síndico profissional de uma empresa que atua na grande Florianópolis e administra 24 condomínios. Profissionalizou-se, fez cursos que lhe que deram as noções básicas e contribuiram para se decidir pela atividade desde 2009. É uma função desgastante, observa. Mas para quem gosta de se movimentar no trabalho, esse é o lugar, comenta.

“Para conseguir atender todas as demandas da função o síndico precisa ter paciência, pois lida o tempo todo com pessoas de todas as categorias, com temperamentos muito diferentes”, destaca. Isso não se aprende na escola, lembra. O curso ensina as questões iniciais da profissão, como verificar a validade dos extintores, noções básicas da legislação, um pouco de administração. Contudo, pelo fato de ter passado por várias empresas, Carminatti adquiriu experiência e suporte para trabalhar com eficiência e responsabilidade. Ele salienta que para se adquirir sucesso nessa atividade duas coisas são imprescindíveis; primeiramente, agilidade para solucionar problemas assim que os sinais comecem a surgir e, em segundo, proatividade para resolver as ocorrências antes que algum morador venha conversar a respeito delas. Quanto ao salário, garante que atende suas necessidades para viver, conclui.

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