Quando a poeira baixar

Existe uma cena no filme Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida, que eu gosto de usar em minhas palestras para ilustrar a habilidade de tomada de decisão de um gestor de alta performance. É a sequência em que a mocinha é sequestrada e o herói corre para resgatá-la pelas ruelas ambientadas na cidade do Cairo. De repente em meio à multidão aparece um espadachim que faz manobras ameaçadoras com sua espada, demonstrando com elas o quanto é hábil e letal com a sua arma. Segue a cena e o nosso herói, após assistir imóvel o curto show do espadachim, saca sua arma e elimina com um só tiro o adversário que lhe desafiava.
17 de abril 2020 | Atualizado em 12 de julho 2024

Existe uma cena no filme Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida, que eu gosto de usar em minhas palestras para ilustrar a habilidade de tomada de decisão de um gestor de alta performance. É a sequência em que a mocinha é sequestrada e o herói corre para resgatá-la pelas ruelas ambientadas na cidade do Cairo. De repente em meio à multidão aparece um espadachim que faz manobras ameaçadoras com sua espada, demonstrando com elas o quanto é hábil e letal com a sua arma. Segue a cena e o nosso herói, após assistir imóvel o curto show do espadachim, saca sua arma e elimina com um só tiro o adversário que lhe desafiava.

A cena é tão marcante que parte dela foi repetida no segundo filme da franquia, Indiana Jones e O Templo da Perdição, mas com um desfecho diferente da primeira. Na segunda ocasião, o herói não estava com sua arma na cintura e teve que enfrentar dois, e não um espadachim como na primeira vez, com seus próprios punhos e o inseparável chicote. Nas duas cenas ocorreram duas situações semelhantes: a primeira é a apresentação do desafio com as manobras do espadachim; a segunda é a tomada de decisão para superar o desafio: plano “A” atirar; plano “B” socar.

Em ambas as cenas podemos perceber que o personagem, interpretado por Harrison Ford, tem o mesmo comportamento durante a pirotecnia dos espadachins, calma e contemplação. Como quem diz: “Esses caras estão levantando muita poeira. Deixa a poeira baixar para eu medir a dimensão do desafio.” Tal postura é que lhe confere um status de coragem e heroísmo. E após medir e dimensionar o problema, vem o questionamento: O que está ao meu alcance para superá-lo, o plano “A” ou o plano “B”? O plano “A” nessa nossa metáfora quer dizer estar suficientemente preparado para o desafio. O plano “B” é fazer o máximo possível que está ao nosso alcance. Em ambos os casos é algo que só podemos pôr a prova quando a poeira baixar.

Nestes tempos de incertezas, onde a poeira é muito densa e a ameaça do espadachim, apesar de real, é praticamente invisível. É prudente, recorrermos a uma postura de coragem e heroísmo que nos pede o bom exercício da função de síndico. Calma ao avaliar o desafio e discernimento no momento do enfrentamento, e sobretudo maturidade para admitir, caso não tenha uma arma na cintura (estar capacitado) ou não estar disposto a usar os punhos (arriscar-se), que precisa de ajuda, ou que o enredo da aventura é maior que a sua capacidade de compor o personagem.

Sei que quando a poeira baixar o desafio não será palatável para muitos, mas até os bons vinhos o são, se não os deixamos respirar e decantar antes de apreciá-los.

Rogério de Freitas, graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Marketing e Gestão Empresarial, Síndico Profissional.

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