Criciúma passou a ter cobrança da taxa de esgoto em fevereiro de 2011 e os moradores da cidade foram surpreendidos com um aumento de 100% na conta mensal de água. Um ano já se passou e os condomínios tiveram que adaptar alguns hábitos para conviver com o acréscimo.
No Residencial Dolomiti, localizado no centro, a nova taxa ainda é motivo de bastante preocupação. “A nossa rua foi uma das primeiras a conectar-se à rede de esgoto e a diferença no valor é enorme”, comentou Dinéa Vitoreti Bristot, que na época assumia o cargo de síndica no condomínio. “Já chegamos a pagar R$ 10 mil em um mês, sendo R$ 5 mil de água e R$ 5 mil de esgoto”, disse.
Com o somatório que os moradores pagaram em um ano, seria possível fazer o monitoramento de vídeo para segurança do prédio e diversas melhorias na estrutura, visto que cada apartamento contribui, em média, com R$ 160 mensais junto à taxa do condomínio - R$ 80 para água e R$ 80 para esgoto.
A síndica chegou a participar de reuniões com autoridades do município para solicitar a diminuição da porcentagem. “Como somos um condomínio grande, seria bom se, em vez de 100%, fosse cobrado apenas 80%, por exemplo. Isso já ajudaria um pouco. Mas o ideal mesmo seria uma grande mobilização, com representantes de outros condomínios”, argumentou.
Economizar água como alternativa
Muitas ações de conscientização foram feitas no prédio que, mesmo tendo apenas três anos, foi entregue com hidrômetro coletivo. “Aqui não temos um medidor individual. Isso gerou alguns conflitos, pois dividimos a taxa igualmente pelo número de apartamentos”, disse.
Para evitar o desperdício, uma das ações foi a colocação de uma válvula que elimina o ar nos canos de água. “Isso diminuiu cerca de 5% do valor. No entanto, precisamos construir um desvio com um circuito duplo, pois, com a válvula, quando falta água, fica sem pressão para subir”, explicou sobre a alternativa utilizada para encher as duas caixas, que somam 40 mil litros.
A síndica Dinéa também entregou a cada apartamento um manual com dicas para economizar água. “Se cada um fizer a sua parte no dia-a-dia, conseguimos diminuir o valor da conta”, destacou.
A sócia e administradora da Contap, Deise Felício Sombrio, ressaltou que, no início, a taxa de cobrança de esgoto causou um impacto negativo, mas os condomínios foram criando algumas alternativas: “Alguns começaram a captar água da chuva, por exemplo. Na época, todos os condomínios fizeram revisão e vistoria na válvula hidra dos banheiros para evitar vazamentos e desperdícios de água”, disse.
A administradora também buscou a alternativa de fornecimento de água através de poços artesianos, que se mostrou inviável pelo alto investimento das instalações.
Dicas para economia de água:
• Para economizar a água vinda de torneiras, responsáveis por 30% do consumo total de uma residência, pode-se substituir o arejador convencional por um de vazão constante ou colocar torneiras com sensores ou temporizadas.
• O chuveiro, um dos maiores responsáveis pelo consumo residencial de água, pode ter seu gasto reduzido em até 50% com o uso de um restritor de vazão.
• Inúmeros países tornaram obrigatória a adoção de equipamentos sanitários mais econômicos no consumo de água. A válvula de descarga é um exemplo clássico, pois, ao ser acionada, gasta de 10 a 30 litros de água. Se for substituída pela caixa acoplada ao vaso, gera grande economia, já que assim descarrega apenas 6 litros por vez. Se não for possível a troca, deve ser observado regularmente se a descarga do vaso sanitário está com a válvula funcionando corretamente. Uma válvula defeituosa ou desregulada pode triplicar o consumo.
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