Áreas verdes estão em alta nos condomínios

Em tempo de isolamento social, áreas verdes dos edifícios se tornaram um diferencial na qualidade de vida dos moradores
O impacto do isolamento social tem gerado uma série de mudanças na rotina e nos hábitos das pessoas. Principalmente daquelas que estão há quase dois meses confinadas em seus apartamentos, onde os poucos metros quadrados foram adaptados para se transformarem em local de trabalho, descanso e lazer.
Esta pausa forçada pela pandemia fez com que muitos percebessem o quanto estavam vivendo mal. E detalhes como as áreas verdes dos condomínios se tornaram um diferencial de qualidade de vida e conforto, indo muito além do valor estético tradicional. Em tempo de reclusão, esses espaços tornaram-se um verdadeiro oásis para todos aqueles que não podem sair além do portão do prédio.
O biólogo Paulo Garbugio explica que a arborização de cidades e condomínios deveria ser considerada infraestrutura de saúde pública, conforme indicação da Organização Mundial da Saúde, pois ajuda a diminuir a incidência de doenças respiratórias como asma e bronquite. “Nos prédios, uma das principais vantagens é o ganho na qualidade de vida dos moradores. Pesquisas indicam que a presença de áreas verdes diminui em 15% a incidência de doenças crônicas, além de manter a saúde mental em dia, com o alívio do estresse”, avalia o especialista.
Outra vantagem está na valorização imobiliária, que pode variar de 5% a 20%, além da economia na conta de luz, gerada pelo emprego da árvore como regulador térmico e da umidade relativa do ar, com a neutralização de emissões de CO². De acordo com o engenheiro florestal Charles Coelho, da startup Arboran, estudos revelam que espécies nativas colocadas adequadamente em torno dos edifícios podem reduzir a necessidade do uso de ar-condicionado em 30% e economizar energia usada para aquecimento em 20% a 50%.
“A sombra das árvores também diminui o calor no asfalto, o que ajuda a evitar o aparecimento de buracos na área de garagens e circulação de carros. Aumentando a durabilidade, o condomínio gasta menos com manutenção”, comenta Coelho.
Arquitetura e sustentabilidade
Em um cenário cada vez mais cinza, com cidades extremamente agitadas e poluídas, sortudos são aqueles que têm a oportunidade de viver em meio a áreas verdes. E com crescimento habitacional vertical, os prédios residenciais têm um papel fundamental na promoção dessa urbanização sustentável, independentemente se em forma de grades jardins ou com o aproveitamento de pequenos espaços.
Entre as tendências mundiais, que alinham arquitetura e ecologia, estão as “miniflorestas” nas sacadas, que são regadas a partir de um sistema de reutilização da água dos apartamentos. A inovação vem de um condomínio em Milão, na Itália. O Bosco Verticale é o primeiro projeto desse tipo e abrigou mais de 900 árvores, 4 mil arbustos e 15 mil espécies de vegetação rasteira. Tudo distribuído entre duas torres, de 38 andares cada.
No Brasil, e até mesmo em Santa Catarina, são as paredes e telhados verdes e o paisagismo sustentável que ainda fazem sucesso. Os espaços podem ser compostos por vegetação rasteira, da mata atlântica e árvores frutíferas, como ipê amarelo e jabuticabeira, e tem na biotecnologia uma forte aliada para a sua manutenção.
Segundo Garbugio, a gestão destes locais pode ser feita com o reaproveitamento dos próprios elementos da natureza, evitando assim o uso de pesticidas. Mas, antes de começar o plantio ele recomenda uma avaliação da estrutura do prédio. “Para iniciar qualquer trabalho de arborização é imprescindível a realização de um estudo para saber qual o peso que a construção suporta. Além disso, para os que já têm alguma árvore antiga no terreno, é indicado fazer uma análise de risco de queda para avaliar se há a necessidade da troca”, explica.
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