SEPARAÇÃO DE LIXO

Pelo menos um gari se feriu a cada três dias com lixo descartado de forma errada em SC em 2016

  Às vésperas do último Natal, o gari Dabney Vieira sofreu um acidente de trabalho ao realizar a coleta de lixo nas ruas do bairro Monte Verde, em Florianópolis. Um...
15 de março 2017 | Atualizado em 12 de julho 2024

 

Às vésperas do último Natal, o gari Dabney Vieira sofreu um acidente de trabalho ao realizar a coleta de lixo nas ruas do bairro Monte Verde, em Florianópolis. Um fundo de garrafa de cerveja quebrada descartado em sacola plástica sem proteção alguma lhe rendeu um corte profundo na perna direita, que precisou de oito pontos e exigiu 15 dias de repouso em plena época de festas de fim de ano.

O trabalhador faz parte de uma estatística que pode ser mudada com a disseminação de informação: somente na Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) e na Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda., de Joinville, duas das maiores empresas de recolhimento de lixo do Estado, no ano passado pelo menos um acidente a cada três dias foi registrado em decorrência do descarte indevido.

Dois meses depois do acidente, Vieira ainda sente dormência na perna ao correr. Com 24 anos de casa, ele é um dos funcionários mais experientes da Comcap e afirma ver este tipo de problema com frequência. O último há duas semanas, quando o colega Ismael Wellington Daniel cortou o joelho com um gargalo de garrafa e precisou de 10 pontos.

– Meu acidente foi em um beco sem saída, os moradores colocam o lixo para coleta no pé de uma escadaria. Quando ergui um saco de lixo ele raspou na minha perna. No momento nem notei, um amigo me alertou e vi o sangue escorrendo — relembra.

Agora, Viera toma ainda mais cuidado ao recolher o lixo e quando encontra algum vidro acondicionado de forma errada, procura conversar pessoalmente com os moradores explicando os perigos que a atitude acarreta aos trabalhadores.

Somente no ano passado, a Comcap registrou 242 acidentes de trabalho, resultando em 1,8 mil dias de trabalho perdidos pelo afastamento de colaboradores que sofreram danos à saúde. Entre os acidentes, 51 foram consequência do mau acondicionamento dos resíduos, como vidro, agulhas e lixo orgânico. No litoral, os restos de frutos do mar, como cascas de siri, ostras, mariscos, cabeças de camarão e espinhas de peixe estão entre os principais itens provocadores de lesões quando mal descartados.

Em Joinville, o número também é alto, foram 25 acidentes em 2016 ocasionados pelo comportamento inadequado dos cidadãos, 12 casos com vidros e 13 com agulhas. Em São José, chama atenção o alto número de acidentes com agulhas: sete ao longo do ano passado. Os dados são da Ambiental, empresa que atua na coleta de lixo de nove cidades catarinenses, entre a Grande Florianópolis e o Norte de SC.

Matéria originalmente publicada em ClicRBS

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