Condomínios Horizontais

  O processo de urbanização cresce em nível acelerado e a construção civil mantém o foco nas obras verticalizadas. Entretanto, em menor número, encontram-se os condomínios horizontais que, além de...
24 de julho 2012 | Atualizado em 12 de julho 2024

 

O processo de urbanização cresce em nível acelerado e a construção civil mantém o foco nas obras verticalizadas. Entretanto, em menor número, encontram-se os condomínios horizontais que, além de ocuparem área quadrada consideravelmente mais extensa do que os prédios, possuem algumas peculiaridades.

Uma notável característica nos condomínios de casas é a questão ambiental, já que esses empreendimentos estão comumente localizados em espaços integrados à natureza. O gerente de condomínios da Brognoli Negócios Imobiliários, Edson Machado, ressalta as particularidades nessa administração. “A preservação é um fator importante e a gestão deve ser conduzida de forma a não agredir ou poluir o meio ambiente”, explica.

Quanto à coleta de lixo, cada condomínio desenvolve sua maneira de administrar essa rotina. No entanto, quanto maior for o número de residências, maior será a dedicação destinada a esse assunto. “Os condomínios de casas têm uma vocação para a compostagem, que é o tratamento do lixo orgânico. Temos clientes que utilizam essa prática monitorada por engenheiros. É um sucesso”, comemora o gerente.

O Condomínio Rio Tavares, localizado na região sul de Florianópolis, é composto por 70 casas. Para o aproveitamento da ampla área horizontal, os moradores decidiram realizar a técnica de compostagem para o tratamento do lixo orgânico. Segundo o morador e agrônomo João Antônio Montibeller, foi um investimento de cerca de R$ 2,5 mil e manutenção mensal de R$ 10 por unidade. Ele conta que, em contrapartida, o condomínio recebeu inúmeros benefícios: “Não temos problemas com ratos, baratas e outros insetos; a compostagem evita também o mau cheiro que era produzido pelo chorume dos orgânicos que eram descartados na lixeira”. Os resíduos tratados se transformam em adubo e são utilizados pelos moradores em jardins e pequenas hortas.

Segurança

Outro aspecto dos horizontais é a necessidade de intensificação na segurança. Embora murados e com sistemas de vigilância 24 horas, os funcionários e moradores devem se manter sempre atentos. “A circulação de pessoas estranhas costuma ser maior, devido a obras nas residências ou entregas solicitadas”, alerta Machado.

No Condomínio Linha do Sol, em Cacupé, região oeste da ilha, apesar de não haver registros de ocorrências de furto ou roubo, foi imprescindível a instalação de câmeras para promover a segurança dos moradores. De acordo com o síndico Névio Nuernderg, todos os condôminos colaboram no controle de entrada e saída de pessoas estranhas. “Os entregadores e funcionários dos correios interfonam para o morador, que se responsabiliza pela presença do estranho no condomínio. Cada um cuida da sua porta”.

Despesas

Os custos de manutenção variam nos horizontais, de acordo com o tamanho e variedade de áreas comuns, conforme explica o gerente de condomínios da empresa Brognoli. “Temos condomínios que têm apenas quadras de esporte e quiosques com churrasqueiras, outros com grandes salões de festas e piscinas e os gastos diferem em cada caso”, afirma. A jardinagem costuma ser a vilã na taxa, superando os valores nos verticais, considerando os gastos com o cultivo de grandes gramados, árvores, flores e até hortaliças. “O reflexo só não é tão pesado porque o custo é rateado entre as várias unidades”, pondera Edson Machado.

De acordo com o síndico profissional do Condomínio Rio Tavares, Thiago Rodrigues, os principais gastos do residencial são com a terceirização de funcionários da portaria e vigilantes, manutenção de equipamentos de jardinagem e paisagismo. Atualmente, o valor da taxa condominial está em R$ 400 mensais, quantia essa que, segundo o síndico, cobre todas as despesas do horizontal. “Em geral, esses condomínios são mais baratos do que os verticais, pois não têm custos com a estrutura da edificação a qual exige manutenção periódica. Com esse valor, o Rio Tavares mantém as contas pagas e fundo de reserva ativo”, diz.

Rateio

Em compensação aos gastos com a jardinagem, os condomínios horizontais não precisam se preocupar com manutenção de elevadores, caixa d’água, cisterna ou pararraios. "Como nos verticais, os custos devem ser bem dimensionados e planejados. Essa premissa da administração é a mesma", considera Machado. O número de funcionários também fica no mesmo patamar. Os condomínios horizontais, geralmente, não precisam de faxineiras, em contrapartida a vigilância geralmente é redobrada. Em condomínios maiores, além do zelador, há também o funcionário administrativo.

O rateio das despesas costuma respeitar a fração ideal, semelhante aos verticais, exceto quando a Convenção estabelece disposição contrária. Os itens rateados não diferem muito dos edifícios: energia elétrica, água, jardinagem, funcionários. Equipamentos utilizados para manutenção, como trator para coleta de lixo e bicicletas ou motos para rondas dos vigilantes, são características que diferenciam os gastos em relação aos condomínios verticais.

Assembleia

O gerente Edson Machadoexplica que as convocações e deliberações nos horizontais se assemelham aos verticais. Entretanto, o quórum costuma ser mais reduzido. “Em condomínios de casas, as pessoas se veem menos e a participação na gestão, infelizmente, é menor”. As assembleias acontecem, geralmente, em salões de festas, em salas de administração e quiosque de churrasqueira. “É importante ter um planejamento bem elaborado, microfones, telões e retroprojetor, que deixam as reuniões mais dinâmicas e menos monótonas”, ressalta.

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