Novos tempos, novos desafios

O quão mais inusitadas serão as exigências para o bom exercício da função de síndico? Há quase uma década dedicando-me à sindicatura, venho contemplando uma evolução das habilidades exigidas por essa função diretamente proporcionais às evoluções tecnológicas, imposições de convívio social e melhoria da qualidade e preservação da vida. Muitas delas evidenciadas e antecipadas pela pandemia, outras surgiram ao seu tempo de forma menos frenética, porém não menos inovadora.
Cada nova solução que traga benefício para a massa condominial e gere um novo conhecimento que exija habilidade a quem está à frente da sindicatura naturalmente compromete a busca por essas capacitações. Outro fator gerador que demanda por habilidades está no simples diferencial de posicionamento de mercado que esse profissional busca agregar ao seu perfil comercial, sustentando a máxima de “o quão mais hábil melhor.”
Quando trato de habilidades, gosto da analogia do malabarista. Pense comigo, se você for fazer malabares com uma bolinha, você possui duas mãos para jogá-la para cima e apará-la na queda. Quanto maior o desafio, quanto maior o número de bolinhas, aumenta o nível de exigência da habilidade para jogá-las para cima e apará-las na queda. É fácil perceber que em certo momento alcançaremos um limite, ou nos faltarão mãos, ou nos faltará habilidade. E sobrarão bolinhas ao chão.
Todo bom profissional conhece seus limites e a proporção exata das mãos e bolinhas, desafios e habilidades. E busca a excelência do exercício da sua função tentando equilibrar essa equação. Ocorre que essa excelência é posta à prova no surgimento dos desafios inusitados, onde o fator tempo impede que adquiramos habilidade suficiente para a bolinha que surgiu do nada e tem de ser “malabarizada”, comprometendo assim o equilíbrio da equação, muitas vezes gerando um verdadeiro gargalo, impedindo que as próximas páginas das oportunidades sejam viradas.
Um bom exemplo disso é o sutil desafio que é apresentado ao síndico hoje de apresentar-se em videoconferências. Seja para realizar uma assembleia, participar de uma live, ou até candidatar-se para um novo mandato. Tantas habilidades adquiridas anteriormente e estancadas por esta exigência imposta por consequência do isolamento necessário para combater a pandemia. E o mais importante é que alguns desses desafios que ora se apresentam como inusitados têm a possibilidade de se tornarem ordinários.
Já em outro exemplo, uma nova exigência advinda de uma nova legislação que mude os rumos da gestão condominial e interfira diretamente na forma ou até substituição das bolinhas. Será exigida uma dedicação para adquirir essa habilidade diretamente proporcional aos resultados que ela proporciona para o bom exercício da função de síndico.
Rogério de Freitas, graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Marketing e Gestão Empresarial, Síndico Profissional.
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