Seu prédio está preparado para os eventos climáticos?

Com a previsão do fenômeno El Niño atuando no país, especialistas afirmam que a prevenção é a principal medida capaz de “blindar” o seu condomínio
A seca e o excesso de chuvas são os desastres naturais que mais causam impacto na população brasileira. Tanto que um estudo apresentado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que, só no ano passado, 3,4 milhões de pessoas foram desalojadas, 808 mil ficaram desabrigadas e 1.997 morreram.
Quando pensamos na realidade dos condomínios, os síndicos têm um papel importante na prevenção, já que são responsáveis por manter a segurança de centenas ou milhares de pessoas. Mas é perceptível que muitos deles ainda não adotam as práticas recomendáveis para esse tipo de situação.
O Coronel Cesar de Assumpção, diretor de gestão de desastres da Defesa Civil de Santa Catarina, defende que os cuidados com eventos climáticos começam na liberação do alvará, que não deveria ser expedido para regiões consideradas de risco. Além disso, entre os locais de maior vulnerabilidade nas edificações, ele destaca as garagens subterrâneas, que precisam ter um sistema de bombeamento ou de escoamento de água realmente eficientes.
Outro ponto de atenção para ele são as acomodações das fundações. O diretor explica que é com essa movimentação que pode começar a surgir fissuras e rachaduras horizontais em paredes, vigas e pilares. Os moradores também podem ajudar na manutenção preventiva, reportando quando observarem alguma alteração na edificação, como, por exemplo, a dificuldade na abertura de portas e janelas, ou infiltrações.
Minimizar os impactos
A engenheira civil Débora Farias Vignali traz, também, como pontos críticos telhados e coberturas em geral, calhas, áreas descobertas, áreas arborizadas, sistema de prevenção contra descargas atmosféricas, sistema elétrico, sistema de iluminação de emergência e muros de arrimo. Ela defende que, para minimizar os impactos dos eventos climáticos, é imprescindível que o condomínio tenha um sistema de manutenção preventivo periódico ativo. “Alguns cuidados podem e devem ser intensificados antes de períodos de chuvas e ventos fortes”, reforça a especialista.
Além das manutenções, ela recomenda que sejam implementadas algumas ações simples, como: manter as janelas das áreas comuns e privativas fechadas em dias de chuva e ventos fortes; providenciar o isolamento de regiões próximas à árvores com risco de queda, bem como solicitar a devida poda (após autorização de órgão competente); sinalizar as áreas molhadas conforme NR 26 do Ministério do Trabalho; e a orientação dos condôminos, para não circulem nas áreas externas em caso de tempestade, entre outros.
Débora lembra ainda que os síndicos devem ficar sempre atentos à edificação, pois alguns danos podem se manifestar depois de algum tempo, como consequência de problemas recorrentes em épocas de chuvas e ventos intensos. Esse é o caso de alagamentos frequentes, que podem causar danos futuros à estrutura em caso de ocorrência de infiltrações em áreas não impermeabilizadas ou com impermeabilização deficiente.
O poder da natureza
No Brasil atualmente estamos sob influência do El Niño. Ou seja, fenômeno climático responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, que acaba resultando em chuvas intensas e volumosas na região Sul do País, que podem ser extremamente desreguladas e não muito bem distribuídas, conforme explica o Coronel Cesar.
Sendo assim, ele recomenda que os síndicos devem ter uma rotina de acompanhamento climático, que pode ser feito por meio de portais do tempo ou, pelo site da Defesa Civil. “Os serviços meteorológicos podem prever as intempéries climáticas como ciclones, ventos fortes, chuvas e enxurradas com antecedência, para que a população faça a sua parte e minimize os riscos”, destaca o diretor.
Diferentemente de países desenvolvidos, a população brasileira ainda não tem uma cultura de prevenção aos eventos do clima. Ideia que, segundo o Coronel Cesar, pode ser promovida entre os gestores. “Se o condomínio tiver uma cultura preventiva ele estará mais preparado para neutralizar os impactos negativos das condições climáticas”, reforça o especialista.
Como blindar seu condomínio
• Limpe os ralos, calhas, e dispositivos de drenagem em geral, evitando entupimentos e consequentes alagamentos
• Revise periodicamente o sistema de bombas de drenagem dos subsolos;
• Verifique o funcionamento do sistema contra descargas atmosféricas (para-raios e demais componentes)
• Revise os quadros elétricos e respectivos dispositivos de segurança;
• Verifique o efetivo funcionamento do sistema drenagem de muros de arrimo e eventuais entupimentos
• Faça uma inspeção nos telhados e nas coberturas. Verifique a fixação e estado de conservação das telhas e dos demais materiais utilizados para a cobertura de áreas comuns e privativas
• Faça a manutenção corretiva no sistema de impermeabilização de todo o condomínio caso sejam identificados danos
• Confira a vedação e fixação de esquadrias, para que a água das chuvas não infiltre para o interior das áreas comuns e privativas
• O condomínio deve estar preparado para a falta de energia: verifique se as luminárias de emergência estão em bom funcionamento.
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