Retrofit: o desafio de mudar

Reformas podem trazer resultados surpreendentes para edificações antigas, porém nem sempre são uma tarefa simples para os envolvidos. Convencer moradores, contratar fornecedores confiáveis, encarar todo o processo de mudanças e adaptações podem ser tarefas mais complexas do que se imagina.
Na foto acima: Luiz Vieira Arruda, morador, Síndica Maria Aparecida dos Santos, Arq. Glaci Refosco e Ewerton Vieira, ex-síndico do edifício Aldolfo Ziguelli.
Construído na década de 1970, o Edifício Adolfo Zigelli, no Centro de Florianópolis, estava com a estrutura precária, envelhecida, e um visual pouco agradável. Com unidades residenciais e comerciais, o prédio conta com uma galeria de entrada por onde circulam diariamente inúmeras pessoas. Além de problemas de infiltração, pintura desgastada, design e equipamentos ultrapassados, que deixavam a galeria do prédio com aspecto sujo e abandonado, o local servia até de abrigo para moradores de rua, oferecendo diversos riscos para os condôminos.
Síndica do condomínio, Maria Aparecida dos Santos viu-se diante de um dilema quando assumiu o posto. “Ou eu assumia a situação para mudar ou ia embora dali”, declara a síndica. A situação levou-a a buscar ajuda profissional para renovar estruturas e com isso mudar o status do condomínio.
Inexperiente na função, Maria Aparecida veio determinada a mudar o cenário problemático em que se encontrava o edifício. “Não dava mais para aguentar a falta de segurança e a estrutura precária e alguns duvidaram que eu fosse conseguir, mas mostrei que com atitudes positivas é possível mudar sim. Primeiro mudamos o visual e aos poucos fomos mudando todo o ambiente”, relata Cida, como é conhecida a gestora.
Segundo a síndica, alguns condôminos, desacreditados, estavam inclusive se desfazendo de suas unidades. Mas, convicta e com o argumento de que investindo no condomínio estariam investindo também em seus patrimônios, Maria Aparecida convenceu os proprietários de que era possível mudar o ambiente e valorizar os imóveis. “Estava tão ruim a situação que não foi difícil mostrar que era importante investir. Hoje podemos comemorar. Não temos salas para alugar nem vender. Todas as unidades estão ocupadas”, comemora a síndica.
A falta de informações não foi empecilho para Cida, que fez cursos de qualificação em administração de condomínios, aprendeu e aplicou na prática os conhecimentos adquiridos. “Aprendi que temos que estar sempre inovando, pois se tomarmos atitudes que dão resultado e mostrarmos que dá certo, as pessoas acreditarão na gente”, declara. Finalizada, a Galeria do Edifício foi reinaugurada e o prédio já tem projeto para uma nova revitalização externa em breve.
Parceria
Na avaliação de Maria Aparecida, para o sucesso do trabalho a parceria com a arquiteta responsável pelo projeto foi fundamental. O bom entrosamento entre a profissional e a síndica foi um grande facilitador. Com o respaldo foi possível unir forças para que os problemas que surgissem durante o processo de obra fossem minimizados ou resolvidos da melhor forma para garantir a continuidade dos serviços sem interrupções. “Participei ativamente de todo o processo, desde o projeto até o acompanhamento e gerenciamento de execução, sempre em conjunto com a síndica e a comissão de obras instituída por mais três condôminos. Começamos a reforma da galeria a pedido da síndica em virtude de problemas de segurança no local. A prioridade seria instalar catracas eletrônicas e trabalhar o hall de entrada, mas com o decorrer das reuniões foi definida uma reforma mais ampla da galeria desde os acessos que estavam bem degradados até a área interna”, explica a arquiteta Glaci Refosco.
Segundo Glaci, com novo layout e a mudança nos revestimentos, na parte elétrica e na de telefonia a galeria passou do status negativo para um local agradável e bem frequentado. “Os problemas de segurança foram minimizados e hoje a galeria é uma referência do que se pode fazer em termos de valorização de imóveis. Foi uma ação de grande porte que trouxe resultados nobres e hoje podemos dizer que edifícios antigos quando passam por um retrofit em suas instalações agregam valor sob vários aspectos, como econômico, arquitetônico e principalmente social, pois o benefício com que as pessoas que ocupam o local passam a usufruir é muito grande”, conclui a especialista.
Por Graziella Itamaro
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