Retrofit: o desafio de mudar

  Reformas podem trazer resultados surpreendentes para edificações antigas, porém nem sempre são uma tarefa simples para os envolvidos. Convencer moradores, contratar fornecedores confiáveis, encarar todo o processo de mudanças...
03 de julho 2014 | Atualizado em 12 de julho 2024

 

Reformas podem trazer resultados surpreendentes para edificações antigas, porém nem sempre são uma tarefa simples para os envolvidos. Convencer moradores, contratar fornecedores confiáveis, encarar todo o processo de mudanças e adaptações podem ser tarefas mais complexas do que se imagina.

Na foto acima: Luiz Vieira Arruda, morador, Síndica Maria Aparecida dos Santos, Arq. Glaci Refosco e Ewerton Vieira, ex-síndico do edifício Aldolfo Ziguelli.

Construído na década de 1970, o Edifício Adolfo Zigelli, no Centro de Florianópolis, estava com a estrutura precária, envelhecida, e um visual pouco agradável. Com unidades residenciais e comerciais, o prédio conta com uma galeria de entrada por onde circulam diariamente inúmeras pessoas. Além de problemas de infiltração, pintura desgastada, design e equipamentos ultrapassados, que deixavam a galeria do prédio com aspecto sujo e abandonado, o local servia até de abrigo para moradores de rua, oferecendo diversos riscos para os condôminos.

Síndica do condomínio, Maria Aparecida dos Santos viu-se diante de um dilema quando assumiu o posto. “Ou eu assumia a situação para mudar ou ia embora dali”, declara a síndica. A situação levou-a a buscar ajuda profissional para renovar estruturas e com isso mudar o status do condomínio.

Inexperiente na função, Maria Aparecida veio determinada a mudar o cenário problemático em que se encontrava o edifício. “Não dava mais para aguentar a falta de segurança e a estrutura precária e alguns duvidaram que eu fosse conseguir, mas mostrei que com atitudes positivas é possível mudar sim. Primeiro mudamos o visual e aos poucos fomos mudando todo o ambiente”, relata Cida, como é conhecida a gestora.

Segundo a síndica, alguns condôminos, desacreditados, estavam inclusive se desfazendo de suas unidades. Mas, convicta e com o argumento de que investindo no condomínio estariam investindo também em seus patrimônios, Maria Aparecida convenceu os proprietários de que era possível mudar o ambiente e valorizar os imóveis. “Estava tão ruim a situação que não foi difícil mostrar que era importante investir. Hoje podemos comemorar. Não temos salas para alugar nem vender. Todas as unidades estão ocupadas”, comemora a síndica.

A falta de informações não foi empecilho para Cida, que fez cursos de qualificação em administração de condomínios, aprendeu e aplicou na prática os conhecimentos adquiridos. “Aprendi que temos que estar sempre inovando, pois se tomarmos atitudes que dão resultado e mostrarmos que dá certo, as pessoas acreditarão na gente”, declara. Finalizada, a Galeria do Edifício foi reinaugurada e o prédio já tem projeto para uma nova revitalização externa em breve.

Veja como ficou o retorfit do Edifício Adolfo Zigelli após concluída a obra.Edifício Adolfo Zigelli após concluída a obra.

 

 Parceria

Na avaliação de Maria Aparecida, para o sucesso do trabalho a parceria com a arquiteta responsável pelo projeto foi fundamental. O bom entrosamento entre a profissional e a síndica foi um grande facilitador. Com o respaldo foi possível unir forças para que os problemas que surgissem durante o processo de obra fossem minimizados ou resolvidos da melhor forma para garantir a continuidade dos serviços sem interrupções. “Participei ativamente de todo o processo, desde o projeto até o acompanhamento e gerenciamento de execução, sempre em conjunto com a síndica e a comissão de obras instituída por mais três condôminos. Começamos a reforma da galeria a pedido da síndica em virtude de problemas de segurança no local. A prioridade seria instalar catracas eletrônicas e trabalhar o hall de entrada, mas com o decorrer das reuniões foi definida uma reforma mais ampla da galeria desde os acessos que estavam bem degradados até a área interna”, explica a arquiteta Glaci Refosco.

Segundo Glaci, com novo layout e a mudança nos revestimentos, na parte elétrica e na de telefonia a galeria passou do status negativo para um local agradável e bem frequentado. “Os problemas de segurança foram minimizados e hoje a galeria é uma referência do que se pode fazer em termos de valorização de imóveis. Foi uma ação de grande porte que trouxe resultados nobres e hoje podemos dizer que edifícios antigos quando passam por um retrofit em suas instalações agregam valor sob vários aspectos, como econômico, arquitetônico e principalmente social, pois o benefício com que as pessoas que ocupam o local passam a usufruir é muito grande”, conclui a especialista.

 Por Graziella Itamaro

 

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