Condomínios investem em sinalização

  Proibido fumar, perigo de cerca elétrica, velocidade máxima permitida, saída de emergência, área restrita. Essas e outras orientações são expostas em placas de sinalização nos condomínios para identificar áreas...
11 de maio 2015 | Atualizado em 12 de julho 2024

 

Proibido fumar, perigo de cerca elétrica, velocidade máxima permitida, saída de emergência, área restrita. Essas e outras orientações são expostas em placas de sinalização nos condomínios para identificar áreas comuns, preservar a segurança e informar as regras de boa convivência.

A anatomia humana é composta por um sistema sensorial constituído pelos cinco sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato. Essa é a forma com que o ser humano se comunica e percebe as informações e o mundo. Portanto, quanto mais forem explorados os sentidos ao comunicar sobre regras comportamentais no condomínio, maior é a chance de entendimento, memória e cumprimento.

Há, no entanto, quem tenha limitações pela deficiência de um ou mais dos sentidos. Nesses casos, também é necessário que a estrutura do prédio seja adaptada para os portadores de necessidades especiais, para que estes possam atender às regras sociais e receberem orientação para se locomoverem e utilizarem os espaços das áreas comuns do condomínio.

Identificação

As novas tendências na construção civil trazem estruturas amplas, com múltiplas áreas comuns, corredores e acessos diversos. Perder-se no condomínio é uma situação frequentemente relatada por moradores, prestadores de serviço e visitantes. As sinalizações de identificação facilitam a vida de quem transita no condomínio. Pode parecer desnecessário ou irrelevante, até alguém se perder pela primeira vez ou se deparar com uma porta sem descrição: será a sala do síndico ou área restrita dos funcionários? Na falta da informação, só abrindo a porta para saber. Por isso, placas de identificação – bicicletário, academia, salão de festas, blocos, setas que indicam direção – são imprescindíveis para a locomoção das pessoas no condomínio.

De acordo com a síndica Maria Tereza Gonçalves do residencial Place Du Soleil, no bairro Kobrassol, em São José, a sinalização também desafoga os funcionários que, em não havendo placas instaladas, precisariam passar todas as informações. “É um visitante que chega ao condomínio e precisa se dirigir ao bloco do morador. Se o condomínio for bem equipado com as informações de localização, o visitante consegue se guiar sozinho, caso contrário o porteiro acaba tendo que sair da guarita para direcionar quem chega ou o próprio condômino tendo de ir receber o visitante no hall”, observa.

Para a mobilidade de deficientes visuais, a tecnologia avança a cada dia. Existem opções de corrimãos em braille que indicam os andares no início de cada vão de escada e também evitam quedas e acidentes. Há também, nos elevadores, as placas de sinalização na linguagem tátil. Em alto relevo, permitem que os cegos identifiquem o seu andar. Pisos táteis informam o caminho seguro pelo qual a pessoa com limitação da visão pode transitar, sem esbarrar nas paredes, pessoas, objetos ou se perder nas curvas.

Legislações e normas no país regulamentam a mobilidade para portadores de necessidades especiais. A construção civil prioriza a adequação em novos projetos de condomínios e edifícios antigos se preocupam em reformar e fazer as adaptações necessárias, como explica Marcelo Becker, da Sensato Condomínios: “Além da consciência cidadã, seguindo as normas e legislações que tratam da acessibilidade, os condomínios ficam munidos de responsabilidades civil e criminal, em caso de acidentes”.

Regras

O Regimento Interno do condomínio agrupa uma série de normas que devem ser cumpridas pelos moradores. É o documento que reforça a Convenção ao estabelecer os comportamentos sociais do condomínio. No entanto, poucas são as pessoas que se atentam em fazer a leitura do Regimento e, consequentemente, ficam desinformadas sobre as regras para a boa convivência. As placas de sinalização, segundo informa a síndica Cleusa Ranzi do condomínio Costão da Barra, em Balneário Camboriú, reforçam as regras do Regimento. “De maneira didática as placas, insistentemente expostas, inibem o mau comportamento. Quando vim morar no condomínio, 90% dos nossos gastos extras eram resultados da má conduta do morador. Então, sem dificuldades, implementamos as placas para civilizar as pessoas e obtivemos bons resultados”, informa.

O condomínio Costão da Barra é referência no uso de placas de sinalização para organizar e disciplinar a conduta das pessoas que transitam no condomínio. Orientações que coíbem a causa de principais conflitos entre moradores - avisos de proibição de circulação de animais em determinas áreas do condomínio, horário de funcionamento das quadras de esporte, artigo na íntegra da Lei do Silêncio e até um “obrigado por não fumar”, este último utilizando a linguagem da psicologia positiva que reforça a conduta que hoje é amparada pela Lei Federal que proíbe o fumo em áreas cobertas e regulamentada em 2014. “Em minha opinião, as placas de sinalização são fundamentais. O custo é baixo, auxilia muito na gestão, vale a pena”, enfatiza a síndica.

De acordo com Cleusa Ranzi, no período de veraneio a fiscalização é intensificada. Isso porque, segundo a gestora, nessa época há presença de mais locatários e visitantes no condomínio. “Os turistas são menos comprometidos com o patrimônio. No verão contratamos um fiscal que ronda o condomínio com um apito, em caso de descumprimento ele adverte educadamente. Havendo reincidência ele apita e as pessoas costumam se disciplinar”, conta. A instalação de placas juntamente com a fiscalização reduziu 40% da má conduta, conforme explica Cleusa: “Os carrinhos de compra começaram a desaparecer e muitos os arrancavam da parede quebrando a corrente sem usar o cartão que destrava o cadeado. Quando colocamos as plaquinhas ‘sorria você está sendo filmado’ o problema foi resolvido”.

Segurança

No Condomínio Comercial The Place Office, no bairro Trindade, em Florianópolis, o síndico Paulo Poli conta que, por se tratar de um edifício comercial, foi projetado com toda a estrutura de sinalização e sistemas de entrada de acesso. “Aqui recebemos visitantes diariamente que se locomovem e se orientam com facilidade, inclusive portadores de necessidades especiais. Sem placas não teríamos normas. Elas informam a qualquer um os limites”, conta.

Informação também é segurança. Cada novo condomínio construído, para receber alvará de funcionamento, precisa passar por algumas exigências. Dessas, há as que dizem respeito a sinalizações e avisos instruídos por normas do Corpo de Bombeiros. O Major Jailson Osni Godinho, da diretoria de Atividade Técnica do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, destaca a sinalização para abandono de local. “Deve ser luminosa e indicar todas as mudanças de direção e instalada sempre em áreas baixas, pois em caso de incêndio a fumaça cobre áreas mais altas prejudicando a visibilidade. Esses e outros detalhes são aplicados por um responsável técnico habilitado, que fará de acordo com a legislação”, orienta. Segundo o Major Godinho, as sinalizações, em caso de emergência podem significar a vida ou, na falta delas, a morte. “Se o condomínio pega fogo e a vítima não conseguir identificar a saída, pode ser fatal”, enfatiza.

Outros aspectos de segurança também exploram as sinalizações e quadro de avisos. No condomínio Place Du Soleil, a síndica Maria Tereza conta que nas entradas e saídas da garagem há um aviso no portão solicitando ao morador que aguarde o fechamento total antes de dar partida. “Assim evitamos que algum estranho entre no condomínio. Depois que o morador passa pelo portão, que funciona com sensor, o portão ainda permanece alguns segundos aberto. Então instalamos esta placa pedindo para que a pessoa aguarde o fechamento”, relata. Na garagem do edifício também há sinalização sobre limite de velocidade e uma placa que solicita ao morador certificar-se de que o portão de acesso a pedestres está fechado.

Maria Tereza conta que recentemente um acidente no elevador do condomínio a alertou para instalação de um informe sobre o alcance de sensibilidade do sensor de fechamento de portas. “Um morador com seu filho entrou no elevador com uma prancha de surf e o sensor da porta não detectou um fio solto na capa da prancha. O elevador fechou e prendeu a prancha por esse fio, que chacoalhou na subida e decida provocando um acidente que, por pouco, poderia tê-los machucado seriamente. Pedi para a empresa colocar uma placa explicando que os sensores não captam objetos estreitos ou pequenos, para terem cuidado”, explica.

Por Kalyne Carvalho

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