Tubulações entupidas: e agora?

Todo condomínio produz esgoto – rejeitos provenientes das unidades residenciais ou comerciais – e, embora muitos moradores ignorem a sua existência no dia a dia, é necessário ter cuidado e atenção. Para evitar problemas de entupimento e danos ambientais, os condôminos precisam ser conscientizados sobre a maneira correta de fazer seus descartes, sobre o uso adequado do vaso sanitário, tanque e da pia de cozinha. E mesmo que todos os cuidados sejam tomados, a fossa, caixa de gordura e tubulações gerais do prédio necessitam de manutenção periódica.
O engenheiro sanitarista Alexandre Chambarelli recomenda que a cada seis meses o síndico contrate o caminhão limpa fossa para fazer a limpeza das instalações de esgoto do prédio. "Essa manutenção evita o entupimento.”, observa. No entanto, um caso atípico ocorreu no condomínio Edifício Dona Inez, em Coqueiros. O edifício tem mais de 40 anos, as instalações são antigas. O síndico Fábio Torres conta que já teve época de precisar chamar o caminhão limpa fossa todo mês. "Aciono bastante a empresa para desentupir a caixa de gordura do prédio. Quando esse problema aparece, vem em cadeia e tenho que chamar o caminhão uma vez por mês", relata.
O engenheiro Chambarelli orienta que se a rede for muito antiga, a orientação é trocar as tubulações por novas, se possível. “Não é normal ter que chamar a desentupidora todo o mês", ressalta. O síndico Fábio confirma que os técnicos já o informaram de que o sistema de engenharia é antigo e esse pode ser o motivo para o entupimento frequente. "O problema é que a alteração de todo o sistema seria uma obra muito grande, então nos obrigamos a fazer essa manutenção contínua. Além do mais, não sabemos ao certo onde estão os encanamentos, a nossa planta é incompleta. É inviável mexer nisso", diz.
Mau uso
O uso inadequado do vaso sanitário e pias de cozinha também pode ser motivo de entupimentos contínuos. Conforme explica o engenheiro Chambarelli, os moradores precisam ser alertados. "Não se deve jogar absorventes, papel toalha, papel higiênico não biodegradável no vaso. Esse é um mau comportamento, infelizmente comum na nossa sociedade. O morador tem que ter cuidado para não deixar caírem objetos pela descarga", alerta. Ele destaca ainda que é preciso ter cuidado também com os ralos e pia de cozinha. "O ideal é que o morador colete o óleo para destinação correta e também que use ralos de pia para impedir que alimentos sólidos cheguem até a caixa de gordura", orienta.
Graças ao trabalho de conscientização que o síndico Fábio realiza com os moradores, o Edifício Dona Inez está há algum tempo livre do caminhão limpa fossa. "Eu procuro conversar com os condôminos para tentar conter o entupimento. Faz mais ou menos quatro meses que não precisamos contratar a empresa desentupidora. Acredito que tenha sido pelo cuidado dos moradores com os detritos nos ralos", diz. A despesa também deve ter servido de alerta, pois, conforme relatou o síndico Fábio, cada visita do caminhão limpa fossa custava, em média, R$ 400 para o condomínio. "Em quatro meses seguidos que contratamos o serviço tivemos que pagar R$ 1.600", diz.
Incidentes
Embora mais raro, o engenheiro Chambarelli alerta para outra possível causa de entupimentos anormais nos condomínios: incidentes como obstrução de tubulação por raízes de árvores, cedimento de piso, amassamento de tubulações por caminhões ou danos às caixas e que dificultam a passagem dos efluentes.
O condomínio Solar de Vasconcelos, em Coqueiros, é um prédio novo, com seis anos de construção, tubulações e engenharia atualizada, porém, o prédio passou por problemas no sistema de esgoto, que entupia continuamente. Depois de gastar quase R$ 3.500 no ano passado com o acionamento dos caminhões limpa fossa, o síndico Sérgio Martins (foto acima) orçou uma nova tubulação com os condôminos. "Cheguei a questionar o serviço da empresa desentupidora, porque chegou ao ponto de ter que chamá-los todos os dias". Ao fazer as valas para o sistema novo, o problema do entupimento foi detectado. "Verificamos que dois coqueiros cresceram e as raízes obstruíam os canos. Foi um erro no projeto paisagístico. As árvores estavam em cima da tubulação", conta.
O síndico Sérgio relata que os coqueiros foram preservados e somente as raízes foram cortadas. "A tubulação nova foi feita paralelamente à antiga. Se o coqueiro voltar a obstruir o cano, passaremos a utilizar as novas instalações", diz. Por ser um problema mais raro e de difícil identificação, o síndico conta que fará uma reunião para registrar o caso. "No sentido de prevenir um futuro gestor e para que ele não tenha problemas, vamos documentar essa situação", conclui.
Por Kalyne Carvalho
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