A má relação entre vizinhos é um dos maiores problemas da vida em condomínio e, por isso, o tema acaba servindo até de inspiração para muitas produções artísticas, como nos filmes Vizinhos nada Secretos, Duplex, Mudança do Barulho, O Som ao Redor, entre muitos outros.

Com a pandemia, o número de desentendimentos aumentou exponencialmente, já que mais pessoas estão passando o dia dentro de casa e os níveis de estresse estão altíssimos. Em meio a todos estes problemas, quando o síndico deve fazer uma intervenção?

A primeira coisa que o síndico deve levar em conta antes de tomar alguma atitude em relação à reclamação é o nível do problema que gera a queixa. Considerando que os casos mais comuns são os de barulhos no apartamento, o gestor deve averiguar se a situação está incomodando apenas um morador, o que reclamou, ou se também incomoda outros condôminos.

Se for o primeiro caso, o indicado é não fazer nenhuma intervenção, pois o barulho em questão tende a ser algo muito específico e que só atinge o apartamento vizinho. Sendo assim, essa não é uma questão propícia para resolução do condomínio. O que o síndico pode fazer é mediar uma conversa entre as duas partes envolvidas e buscar uma solução simples.

Mas, se for constatado que o barulho incomoda muitos moradores ao mesmo tempo, isso passa a ser uma questão de intervenção condominial. Neste caso, o síndico deve investigar com os moradores quais são as principais reclamações: horários, intensidade do som etc. e encontrar as melhores soluções.

Se o barulho for feito por uma atividade necessária, como obras para reparos no apartamento, não há muito o que fazer, apenas tentar conversar com o morador que está gerando as queixas e buscar os melhores horários para incomodar menos moradores, ou então encontrar meios para atenuar o barulho. Por isso, conhecer a rotina de quem reclama e do alvo das reclamações é importante para estabelecer a melhor alternativa.

Nos casos mais graves, quando a reclamação acaba virando uma briga entre vizinhos, é muito importante que o síndico não se envolva diretamente na confusão.

No primeiro momento, o síndico deve intervir e tentar contornar a discussão com imparcialidade, visando o bem do condomínio. Mas, se a briga se estender e tomar maiores proporções, o ideal é contar com uma espécie de comissão de ética formada por outros moradores. Assim, é possível analisar as situações de uma maneira ampla, com diversos pontos de vista, e tomar as medidas mais sensatas.

No entanto, a melhor coisa a fazer é apostar na prevenção dos conflitos, com reuniões com novos moradores, detalhando as regras do condomínio e o estilo dos condôminos, além de contar com medidas disciplinares muito bem definidas, como advertências e multas.