Empreendimento misto é tendência do mercado imobiliário

A expectativa do mercado imobiliário é de que o ano termine com números positivos, fato que não ocorre desde 2016
Especialistas apostam no crescimento do setor, sendo que os novos prédios devem principalmente atender à necessidade de um público que deseja trabalhar, morar e se divertir no mesmo espaço
Reflexo das novas configurações sociais, o mercado imobiliário tem se reinventado nos últimos anos para atender à demanda de um público cada vez mais exigente. Diante disso, síndicos e administradoras devem estar atentos às novidades e tendências, já que eles serão os gestores desses empreendimentos que estão sendo criados para um perfil diferenciado. Os novos condôminos buscam principalmente por espaços que ofereçam praticidade, conforto e uma gestão sustentável.
De acordo com Helio Cesar Bairros, presidente do Sinduscon da Grande Florianópolis, nos últimos anos as construtoras têm investido em estruturas mistas, sendo que 70% dos seus compradores no Brasil são investidores. Ao oferecer a combinação de escritórios, lojas e espaços residenciais em um único terreno, esse tipo de empreendimento ganha destaque no mercado imobiliário pela sua versatilidade de investimento.
Reforçando essa ideia, o vice-presidente para Compra e Venda de Imóveis do Secovi Florianópolis/Tubarão, Paulo César de Azevedo, destaca ainda que esse tipo de condomínio atende a um novo perfil de proprietários que busca por espaços onde possam morar, trabalhar e se divertir no mesmo local. Além disso, ele acredita que em um futuro não muito distante os bairros vão ter vida própria. Ou seja, as pessoas terão acesso a todos os serviços que necessitam sem ter que encarar longos deslocamentos e problemas como o de mobilidade pública, desafio enfrentado na maioria das cidades.
“Em Florianópolis, por exemplo, já temos alguns prédios com essa proposta e que estão tendo um bom resultado de venda. Além disso, muitos deles estão inseridos em bairros como Campeche, Jurerê, Ingleses, Trindade, entre outros, que têm vida própria e oferecem infraestrutura completa com escola, posto de saúde, comércio e demais serviços”, relata Azevedo.
Unidades compactas
Já no que diz respeito ao perfil dos imóveis, os especialistas destacam que existe uma tendência muito grande para unidades compactas, sendo o studio e apartamento de um dormitório as principais escolhas. “Em geral os novos empreendimentos possuem imóveis que atendem quem não tem filhos, estudantes, empresários ou pessoas que passam períodos na cidade, porém não residem oficialmente nela. Eles conseguem aliar a temática minimalista à comodidade de espaços multiusos com academias, salão de festas e área de jogos”, avalia Bairros.
Mas, ainda de acordo com ele, a região da Grande Florianópolis e Vale do Itajaí também são referências na oferta de empreendimentos de luxo e que disponibilizam infraestrutura completa para os moradores. “O cenário imobiliário tem espaço para os dois tipos de empreendimentos, pois atende a públicos distintos, tendo, ambos uma boa relação de oferta e procura que aquece o mercado. Com uma dinâmica mais robusta e investindo em áreas de lazer amplas e diversificadas, os chamados condomínios-clubes estão ganhando espaço por aqui e tornam o empreendimento em um verdadeiro complexo de atividades”, comenta.
Desafios do mercado
O setor, assim como toda a economia, ainda busca fôlego para retomar suas atividades. E, de acordo com o estudo “Perspectiva do Mercado Imobiliário 2018-2019” realizado pela ADIT Brasil, em parceria com o Grupo Prospecta, os aspectos de maior impacto no setor imobiliário atualmente são: a disponibilidade de crédito (82%), estabilidade política (81%) e os juros em tendência de queda (74%). A necessidade de linhas de crédito, tanto para o desenvolvimento dos projetos quanto para o consumidor final são aspectos bastante relevantes e que merecem atenção especial.
Diante desse cenário, as empresas estão se reinventando e aproveitando o momento para apostar em novidades e tecnologias produtivas diferenciadas. Mas para que isso seja possível, a construção civil precisa de políticas públicas, relativas não apenas à conclusão de projetos, mas como de diretrizes para a área habitacional.
Mesmo sem ter os dados finais do primeiro semestre de 2019, o presidente do Sinduscon acredita que a expectativa é que o ano termine com números positivos, fato que não ocorre desde 2016. “Estamos confiantes que na segunda metade do ano as políticas propostas para área econômica comecem a surtir efeito, o que deve incentivar o investimento dos empresários”, pontua.
Já para Azevedo, um dos desafios do segmento está no futuro do abastecimento de imóveis na Grande Florianópolis. “A nossa preocupação não é nem com a crise, mas sim com a defasagem do mercado. No centro da Ilha não temos imóveis novos e lançamentos, com isso a região ficará carente de opções em um prazo muito curto de tempo. Para uma perspectiva de melhora, nós precisamos que os governantes aprovem projetos que realmente comportem a necessidade da cidade, já que sem isso a oferta vai ficar mais rara e cara”, especula o especialista.
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